Sob a pele, 2013, de Jonathan Glazer. |
Parece nome de filme ruim, mistura de sexo e horror. O que não deixa de ser verdade. Certa vulgaridade. Pensando sobre a sedução, visualizo imagens perturbadoras, que afetam meus órgãos; apertam glândulas, em desespero de excreção. Impõem-se sobre mim imagens, noturnas, de teias, silêncio, presas e uma aranha, grande, mas de pernas finas e alongadas, que se dobram em sua articulação maligna e tocam, quase sem peso, fios muito delicados, dos mais resistentes.
Em sua aproximação sobrenatural à presa - imponência que resulta da confiança em sua própria tecnologia, mesmo que não se possa reivindicar mérito – há um espaço, uma falta, um vazio, que se espera preencher pelo devoramento de um inseto indefeso, completamente rendido, que não mais se debate, e se entrega ao prazer da morte.Sedução é estar nesse lugar, com a mais profunda presença, sem saber que papel se está desempenhando: presa, predador ou teia.
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